domingo, 23 de junho de 2013

Quando vai chegar a mudança na Igreja Católica?


Aproveitando o fato dessas 2 semanas de manifestações, gostaria de refletir um pouco sobre a Igreja. No Brasil, "o gigante acordou" e viu que as demandas e as necessidades diárias da população não são atendidas e resolveu ir às ruas cobrar menos corrupção e mais eficiência de um estado grande, balofo e sem fõlego para acelerar o seu ritmo. Muita burocracia que dá margem a desvios de verbas públicas encobertos no meio de tanta papelada e de tanto processo administrativo. Um Estado que mantem muita gente trabalhando sem saber o que faz.
O problema é que a Igreja Católica está nesse mesmo gigantismo faz séculos. Paróquias tem se tornado estruturas caras e administrativamente ineficazes muitas vezes. Cria-se paróquia para acomodar interesses do clero ou da administração, e com isso se criam pastorais, secretarias, casas paroquias, compram-se carros e reformam-se patrimônios que não tem a mínima eficácia. Gira-se sobre o próprio peso, sustentando-se. Às vezes acho que alguns padres acabam sendo obrigados a empurrar pedras ladeira acima, como nos trabalhos de Hércules. Sustentam uma estrutura administrativa pesada e ineficaz, que não pode ser mudada para não melindrar certos esquemas e certas pessoas.
Vi isso recentemente no Canadá: a diocese de Québec está fazendo um grande esforço de re-estruturar as paróquias, eliminando umas e deixando outras, para minimizar o gasto. Vendendo prédios obsoletos que precisam de reforma e não tem mais povo. Vi lá uma igreja que estava se tornando uma biblioteca pública (Igreja São Luis, rei de França, na ville de Québec.) Legal, mas eles não conseguiam perceber o essencial: antes de tudo, a Igreja tem que ir ao povo, visitar as famílias, atrair e empolgar os jovens, ser carinhoso e acolhedor com as crianças e com os velhos doentes. Isso o Papa Francisco anda falando muito, mas as pessoas não tem percebido direito que - se a Igreja não for missionária, não será Igreja (Paulo VI - Evangelii Nuntiandi) Pois não foi para construir e manter prédios históricos que a Igreja foi fundada por Jesus, o Cristo. Mas para promover as pessoas e fazê-las experimentar viver na caridade, no respeito, no perdão, na partilha e   na paz (isso se chama salvação): viver e experimentar tudo isso numa comunidade que será uma família de Deus. E tudo isso pode-se fazer sem prédios ou com uma estrutura mínima. Quando a Igreja se preocupa demais com prédios e estruturas perdeu o foco do principal: os prédios são para a comunidade se reunir e não pra ela conservar, edificar e restaurar.
Precisamos de gente indignada que recoloque tudo no lugar. Hoje temos muitas reuniões e esforços financeiros para nada ou para manter as estruturas que existem, mas tenho visto pouco ou nenhum esforço em ir procurar as ovelhas que estão fora do rebanho. Ou de estender o rebanho a outras ovelhas mais ariscas...
Vamos aproveitar a JMJ pra ver se conseguimos chacoalhar a Igreja do Brasil, ainda tao acomodada e ritualista. Precisamos de gente que acorde o gigante que está na fé católica de muitas pessoas, mesmo que elas não sejam exatamente ovelhas dóceis...

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