segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Os problemas de governo da Igreja


Por achar que o assunto é atual, reproduzo aqui o artigo do Pe. Comblin, publicado em Amai-vos. Aproveite a reflexão, esse é um autor polêmico, mas que sempre faz pensar. 

Os problemas de governo da Igreja. Artigo inédito de José Comblin

“Ouço a solicitação que me é dirigida para encontrar uma forma de exercício do primado que,sem renunciar de modo algum ao que é essencial da sua missão, se abra a uma situação nova” Joao Paulo II, Ut unum sint,1995, n.95

Na encíclica Ut unum sint o Papa João Paulo II aludiu a um problema fundamental mostrando que estava bem consciente. Já Paulo VI havia manifestado que estava preocupado. Mas nada saiu dessas preocupações que hoje  em dia são  preocupações da Igreja inteira.O governo central da Igreja não funciona bem. Em lugar de adaptar a Igreja ao mundo atual, paralisa a Igreja no seu passado. Muitas coisas deviam ser reformadas na Igreja para responder às necessidades dos tempos. Mas a máquina de governo impede toda mudança. O sistema impede a mudança. Ninguém tem poder para tomar decisões. O Papa não tem condições  para tomar as decisões necessárias. Eis algumas expressões dessa situação do governo.

1. A eleição do Papa

Primeiro os eleitores. O sistema atual foi feito quando o Papa fazia poucas intervenções fora da diocese de Roma e das dioceses vizinhas. Os cardeais eram o clero de Roma e das cidades vizinhas. Hoje em dia, o Papa decide tudo o que acontece no mundo inteiro e tem uma grande administração com milhares de funcionários. O Papa devia ser eleito por uma representação de todos os  continentes. Os cardeais nem sequer representam as Igrejas dos seus países porque foram escolhidos pelo próprio Papa e não representam nenhuma Igreja particular.
Se o Papa fosse eleito por uma verdadeira representação da Igreja universal, teria mais força onde se apoiar contra o poder da Cúria. Agora ele depende da Cúria. Eleito pela Igreja poderia invocar o peso da Igreja contra o peso da administração central. Os presidentes das conferencias episcopais, por exemplo, teriam mais caráter de representatividade. Além disso, muitos cardeais são funcionários da Cúria e não representam nenhuma Igreja porque são funcionários da administração.
Em segundo lugar, o modo da eleição. Há dois tipos de eleitores. Há os cardeais da Cúria. Estes se conhecem e formam círculos secretos. Esses são os que intrigam para preparar a eleição. Formam partidos e trabalham na sombra para que o seu partido possa ganhar. O que aconteceu nas últimas eleições , é edificante Depois, há os cardeais de fora. Esses não se conhecem, Chegam para o conclave e não se conhecem. Não sabem quais são as intrigas que estão fazendo os cardeais da Cúria (com os seus conselheiros!). Em cada país a Conferência episcopal exorta os católicos para conhecer bem os candidatos e os seus programas de tal maneira que possam fazer um voto consciente. Mas os cardeais não têm condições de fazer um voto consciente porque não conhecem os candidatos, nem os seus programas.
Depois da eleição de João Paulo II perguntamos ao cardeal Silva de Santiago de Chile porque tinha votado no cardeal polonês. Ele disse: ”Nós não o conhecíamos, mas disseram-nos que era um bom candidato e então votamos nele”. Se o paroquiano explicasse assim o seu voto ao seu vigário, este lhe diria que  é um inconsciente.
Sabemos quem foi quem disse que era um bom candidato. Foi o cardeal Koenig arcebispo de Viena na Áustria. Koenig tinha grande fama de homem de grande projeção intelectual e de grande prestigio internacional. Mas estava muito ligado ao Opus Dei que tinha feito uma campanha eleitoral muito ativa. Sabemos que foi ele, porque ele mesmo o disse antes de morrer, e disse que estava muito arrependido de ter feito isso. O cardeal Silva não  sabia que o cardeal polonês era adversário do Concílio Vaticano II.
Os eleitores devem ter tempo para se conhecer e saber quais são os candidatos apresentados pelos colegas e quais são os programas dos candidatos. Se isso se exige por eleições comuns, poderia pensar-se que na Igreja essa exigência de direito natural vale com mais força.  Na prática o quer acontece é que os cardeais fazem um voto de confiança, exatamente o que se denuncia em todas as eleições políticas. O votante não sabe o que quer o seu candidato. Ainda bem que o povo católico não sabe como se faz essa eleição, porque ficaria envergonhado. Compreendo que os bispos guardem silêncio sobre isso. Mas essa situação não pode continuar. O pior é quando se diz que quem decide a eleição é o Espírito Santo. quando se sabe muito bem o que aconteceu e não houve nenhum momento de revelação do Espírito Santo. Porque enganar os católicos como se fossem todos infantis?

2. A descentralização

Uma administração centralizada inevitavelmente quer defender os seus poderes e aumentá-los. O que busca a administração central é em primeiro lugar o seu próprio bem, ou seja, o aumento do seu poder: fazer mais leis, mais obrigações, mais formulários, mais papéis impressos, mais exigências.
Na Igreja não é diferente. O que busca a administração é assegurar mais poder. O bem da Igreja é um pretexto.  Isso é parte da natureza humana, e, se todos os funcionários da Cúria fossem santos o problema continuaria. Seria pior porque se fossem mais santos, queriam trabalhar mais ainda, e fazer mais imposições ainda. O principio de subsidiariedade vale para todos os seres humanos e quando um sacerdote ou um bispo é ordenado a sua natureza humana não muda.Precisa descentralizar: as nomeações  episcopais,o direito canônico, a liturgia, a formação do clero, a organização  do ensino, das obras de caridade e outras obras. Tudo pode ser organizado, por exemplo, em cada continente ou cada totalidade cultural. Nos primeiros séculos a Igreja foi organizada em patriarcados, que eram unidades culturais. A existência dentro da ortodoxia católica de Igrejas de diversos ritos orientais mostra que isso pode funcionar muito bem. A centralização atual é o resultado de razões  puramente históricas.
O sistema atual ainda é na Igreja a continuação do colonialismo. Chegando a Puebla João Paulo II condenou as comunidades de  base, condenou o movimento bíblico,  condenou a teologia latino-americana. Conseqüência: em 30 anos, somente no Brasil, 30 milhões de católicos deixaram a Igreja católica para aderir a igrejas ou movimentos pentecostais ou neo pentecostais, conseqüência da pastoral imposta. O Papa escutou alguns conselheiros que tinham intenções políticas muito claras. Não procurou saber mais, recorrendo a instâncias mais representativas. Pensou que o problema era o comunismo e não era o comunismo e ele tinha possibilidade de receber outras informações. Alguns podiam dar-lhe a informação de que América Latina não é Polônia e nem sequer é Europa Nós estávamos aí sabendo o que ia acontecer, mas nada podíamos fazer. O cardeal dom Aloísio Lorscheider sentiu imediatamente tudo e procurou consertar, mas não tinha peso suficiente e não era da confiança do Papa.

3.O sistema de governo

Um sistema de governo em que uma pessoa sozinha decide tudo sem que haja debate público e instância deliberativa, chama-se ditadura. Um sistema em que as verdadeiras motivações  das decisões do governo, são escondidas com certeza não responde as exigências do direito natural. Os cidadãos têm o direito de saber quais são os fundamentos das decisões tomadas. Por exemplo, quando Paulo VI condenou o uso de meios anticoncepcionais artificiais, não se soube que os cardeais consultados na sua maioria não concordavam, que as comissões nomeadas pelo Papa  para estudar o assunto também não concordavam. Lembro-me muito bem de ter ouvido os comentários do cardeal Suenens, que era o meu bispo.
Muito bem. Uma geração  depois, o Conselho da Família envia aos bispos um comunicado em que diz que já não se  deve fazer perguntas às penitentes sobre a a sua prática de limitação de nascimento. Se não se pode fazer perguntas, é porque não se deve considerar como pecado. O próprio Alfonso López Trujillo teve que comunicar secretamente essa revogação implícita da encíclica Humanae Vitae. Mas porque não se disse publicamente? A maioria dos católicos ainda o ignora, embora não aceite a condenação. Os católicos não conhecem os métodos da Cúria romana; Não sabem que nunca se publica a revogação de uma ordem dada anteriormente. Mas se diz que não se devem fazer perguntas aos penitentes. Até o papado de Bento XIV no século XVIII, nunca se havia revogado a condenação dos juros, o que proibia que católicos trabalhassem em bancos. Mas o Papa disse então aos confessores que já não se deviam fazer perguntas aos penitentes.
Porque não se disse que agora a autoridade tinha mudado? Por que as mulheres não podem saber que a Igreja já não condena os meios artificiais de limitação de nascimentos? Muitas ainda acreditam que a Igreja as segue condenando e tratando como pecadoras. Essas são práticas de ditaduras Numa ditadura o governo nunca erra. Nunca reconhece que foi um erro. Na Igreja só se reconhece depois de quatro séculos. Se houvesse instancias de deliberação, poderiam ser evitados muitos erros que vêm da precipitação, criando depois a dificuldade de reconhecer o erro.
Se não se fazem essas reformas, nenhuma outra reforma pastoral será possível. Tudo depende do centro, tudo depende do papel do Papa. Paulo VI sabia-o e João Paulo II sabia-o também. Ainda não sabemos o que pensa o Papa atual. Mas acredito que não deve pensar diferente do seu antecessor.
Não é questão de santidade. O Papa Pio X foi um santo. Mas cometeu erros colossais em matéria bíblica que explicam uma boa parte dos problemas atuais da Igreja no meio do mundo! O problema é que o Papa é homem também e tem os mesmos limites da natureza humana. A sabedoria humana aprendeu a construir sistemas de governo adaptados à condição humana. Jesus não definiu nenhum sistema de governo. E não estamos mais nos tempos de Gregório VII. O problema é que tudo depende de uma pessoa só!
As reformas podem demorar séculos se não aparece um dia o Papa que toma a decisão de mudar o modo de exercício do ministério de Pedro. Em princípio, teria que ser um homem mais jovem. Precisa suprimir esse preconceito que é melhor um homem já de idade para que não permaneça na frente tanto tempo. Mas há outra maneira: o Papa pode aplicar-se a si mesmo a norma dada aos bispos. Antigamente os seres humanos viviam poucos anos, uma media de uns 30 anos. Hoje em dia a media já atinge 80 anos e vai subir mais. Não é normal que uma instituição tão complexa tenha que ser dirigida por um homem com mais de 80 anos de idade.
Tanta gente na Igreja pensa assim! Talvez sejam mais sábios do que eu pensando que de qualquer maneira nada vai mudar e é melhor conformar-se, do que gastar energia numa causa perdida de antemão. O que me consola, é que não estou sozinho. Já há muitas pessoas que estão escrevendo essas coisas.

Fonte: http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_canal=44&cod_noticia=17656 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Sobre a renuncia do Papa Bento



Ando lendo as notícias sobre o Papa Bento  XVI, digo, sobre a sua renúncia. Espantado no começo e aliviado depois. Sempre disse ele não teria feito ou falado nada de original, cheguei a brincar de que ele seria uma espécie de "puxadinho"do pontificado de João Paulo II. Nada estranho em se considerando que João Paulo II fazia quase 6 horas de fisioterapia diária nos últimos anos. Um microempresário não consegue dirigir a própria empresa fazendo 6 horas de tratamento diário. Imagine um Papa dirigindo os problemas e orientações de uma Igreja grande como é a Igreja Católica.
Era Ratzinger que dava as cartas. Acostumado a dar as cartas, acreditou que poderia continuar fazendo isso depois da morte de João Paulo segundo. Alguém acreditou: ou ele ou o Colégio de Cardeais que o elegeu. Ou ambos. E durante algum tempo a fórmula funcionou. Mas já há 2 anos que começaram as campanhas veladas pela sucessão do Trono.
Bento XVI, grande teólogo e pensador brilhante, não fez ou falou nada de extraordinário, nada que fosse plenamente seu, porque muito do discurso de João Paulo II era seu: ele era o intelectual por detrás do grande estrategista que foi João Paulo II. 
Mas a vida é cheia de ironias: o seu grande legado teológico será um ato de estratégia política e eclesial. A sua renúncia foi um ato pensado e planejado e ela vai possibilitar um grande golpe na política de veneração à pessoa do Papa, que agora não será mais visto como um ser sagrado, mas como uma pessoa que ocupa um cargo sagrado e importante. 
Fazer a diferenciação entre a pessoa do Papa e o cargo que alguém ocupa no momento é o pesadelo da ala conservadora dos cardeais e bispos. Se o cargo é diferente da pessoa, poderá se criticar a pessoa sem ofender o cargo e reformar o cargo, sem deixar de respeitar a pessoa. Isso é um precedente que vai dar muito problema para o Vaticano. 
Para o Vaticano (conjunto de pessoas que trabalham na administraçao e gestão da máquina da Igreja) a própria diferenciação entre eles e o Papa já é estranha. O ideal seria que todos os atos da administração fossem vistos como atos do Papa, porque não poderiam gerar contestação, pois gozariam de uma aura de "infalibilidade" que só é reservada ao Papa em ocasiões bem específicas.
O ato mais próprio de Bento XVI, que é teólogo, será de um estrategista. E curiosamente, ele está conseguindo fazer a unidade da maioria da Igreja que ele não conseguiu durante todo o Pontificado: os que não gostavam dele, comemoraram a saída e até o acharam simpático. Os que gostavam dele, agora o acham tremendamente corajoso: ele nunca foi tão popular. E nunca foi tão Pedro como agora: na sua saída está unindo a Igreja, ainda dilacerada com um grupo pequeno mais influente que teme a todo custo a mudança em uma sociedade do século XXI. Bento XVI nunca foi tão inteligente e nem tão inspirado. O Papa renunciou, viva o Papa!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013



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SOBRE A RENÚNCIA DO PAPA: O QUE PENSAR PARA FRENTE?

Pe. Paulo F. Dalla-Déa, teólogo

Gostaria de abordar a questão sob dois momentos: sobre as pistas que ele estava dando e sobre o que pensar sobre a Igreja daqui pra frente.
1.      Em julho de 2012, fui a Roma. Lá se falava à boca pequena que o Papa iria tirar mais de um mês de férias de verão para tratar da saúde. Nessa ocasião já se comentava entre o clero se o câncer que ele tinha há 15 anos não teria voltado.  Um mês antes, eu já tinha visto que ele tinha dado uma entrevista em que dizia que um Papa que não tivesse mais condições de governar deveria renunciar e até teria o dever moral de fazê-lo. Logo que cheguei ao Brasil, me deparei com uma notícia de um vazamento de informação sobre a renúncia do Papa no prazo de um ano. Isso veio um pouco antes do escândalo do mordomo do Papa ter sido pego com informações confidenciais. Teorias de conspiração à parte, creio que os sinais já estavam aí. Hoje a Sala de Imprensa do Vaticano anunciou que a decisão foi tomada na viagem a Cuba, ano passado.
A maior dificuldade de se analisar os fatos sobre o Vaticano não é sobre o que se fala ou se publica, mas ter sempre que analisar os silêncios do que acontece. O Vaticano é conhecido pelas entrelinhas dos seus discursos. Se você tiver a oportunidade de ver o vídeo do anúncio do Papa Bento XVI, dê uma olhada na cara de satisfação que estão os cardeais perto dele: eles estão bem satisfeitos com a escolha que fizeram. Agora, a cara de todos (incluindo eu) é de perplexidade. Hoje, 11 de fevereiro  é o DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELOS DOENTES. Por causa do dia (não foi mera coincidência, mas escolhido), eu creio sim que o Papa Bento possa ter alguma doença que o impossibilite e que será – posteriormente – divulgada. Para o Vaticano, o Papa é perfeitamente normal até o dia que morre.  
Quando ele foi eleito, falava-se de um papado de transição. Esperava-se que ele morresse logo, o que não aconteceu. Ele reinou por mais de sete anos. Agora se pode dizer que o pontificado dele foi de transição sim, apenas não se poderá dizer que não foi um tempo atribulado. Nesses anos, muitos escândalos pipocaram a Igreja e ele se comportou de forma exemplar: legislou e mudou a política de silêncio do Vaticano. Agora, a ordem é denunciar e punir: política de tolerância zero com os culpados e colaboração com as autoridades. Claro que – por causa disso – ele pagou um preço: há alas de Cardeais e Arcebispos que não se conformam (claro que ninguém discorda de maneira aberta no Vaticano). Para mim, é claro também que o episodio da prisão do seu Mordomo está envolvido nos fatos.
Na ocasião da prisão do mordomo, Bento XVI afirmou publicamente várias vezes que confiava cegamente nos seus colaboradores. A insistência foi tanta que comecei a desconfiar. Creio que tudo isso junto, acabaram compondo o quadro de falta de energia (corporal e moral) para continuar.
Nem é surpresa para ninguém que rei deposto, rei posto. Agora os Cardeais que já estavam querendo o posto (o sonho de um cardeal é tornar-se Papa) vão se digladiar silenciosamente nos bastidores. Fico pensando que – como a maioria dos atuais cardeais foram feitos por Bento XVI – se ele não vai ser o grande eleitor, que vai dar as cartas, influenciando os votos mesmo sem entrar na sala do Conclave.
2.      Creio que agora, além de rezar e esperar, podemos começar a observar o movimento. Já começaram a falar de nomes: italianos, canadenses, americanos, brasileiros, nigerianos estão na lista. Podemos esperar um Papa mais novo, mais extrovertido e mais midiático. Bento XVI muitas vezes falou que os rituais da missa não poderiam se tornar um show, mas incentivou o uso de mídias eletrônicas como forma de evangelização. Então, é justo que o novo Papa seja alguém bem inteirado nisso.
Também se pode esperar alguém que – além de se preocupar com a Europa – queira se preocupar com os jovens. Não só com a Jornada Mundial da Juventude desse ano, mas que queira incentivar a participação de jovens nas comunidades cristãs. Por isso, creio que a escolha deverá ser por um cardeal de um continente que não seja a Europa, alguém proveniente de uma igreja mais jovem. Quase estou apostando que a escolha será entre América do Norte ou África.
A eventual escolha de um Cardeal oriental, ligado aos Ortodoxos, não me parece uma escolha estranha, mas se revelaria interessante para resolver problemas de debate com o celibato ou com a ordenação das mulheres. Para quem não sabe, os Ortodoxos nunca abandonaram a ordenação de diaconisas. Veja-se a Igreja Sirian, com sede em Antioquia. Acho essa hipótese pouco provável, mas não quero deixar de mencionar.
Para a juventude e para as igrejas mais jovens, creio que essa será a oportunidade da vida. Mas, antes de mais nada, nosso papel agora é rezar para que o Divino Espírito Santo de fato ajude os Cardeais a escolherem. Reflito aqui as possibilidades humanas, mas quero lembrar que – qualquer que seja o resultado – o Papa eleito merece nosso respeito e nossa adesão na fé. A figura do Papa é a figura de uma pessoa que deve aglutinar a Igreja Católica: figura visível da unidade e do amor dos católicos entre si e para com Jesus Cristo. Análises humanas devem e serão feitas, o que precisamos agora é de uma atitude de fé, transcendendo todo calculo humano que possa ser feito agora.
O momento da eleição de um novo Papa é sempre um momento especial de Deus (um KAIRÓS = tempo de graça), pois é Deus que governa o seu povo, mesmo debaixo dos disfarces das políticas e dos jogos de poder humanos. Quem esquece isso fica sem o essencial na Igreja.