sábado, 14 de novembro de 2009

Artigo sobre Igreja e Adolescentes




BRINCANDO DE CABRA CEGA:
AS IGREJAS CRISTÃS E O SEU RELACIONAMENTO COM OS ADOLESCENTES URBANOS



Paulo F. Dalla-Déa,
Doutorando em Teologia Prática
na EST, São Leopoldo- RS.


Antes de começar a refletir sobre qualquer coisa, quero esclarecer ao leitor que este texto é apenas fruto de algumas dúvidas teológico-práticas, muitas leituras teológicas e uma certa convivência com adolescentes. É apenas o que se pode chamar de um ensaio teológico. Nada muito bem metódico e elaborado, cheio de citações e referências às dezenas. Mas quis me dar ao direito de refletir e pensar problemas de fronteira entre a teoria e a prática. Esta é a função do teólogo: não é repetir o que outros já disseram como resposta para perguntas que ninguém mais se faz, como alguns querem nos fazer pensar. A função do teólogo é ser sensível aos problemas da fé do seu tempo e refletir com a capacidade intelectual que tem, com os dados da Bíblia (com as contribuições de outros colegas de profissão) e com a sua vivência eclesial da fé. O teólogo é aquele que quer refletir a fé para os homens de seu tempo, nisso concordam comigo grandes figuras do meio . Modestamente, é isso que faço neste texto, mesmo que não seja uma reflexão que agrade a todos, especialmente as instituições eclesiásticas .
Quero fazer uma reflexão a respeito de duas coisas: a relação das igrejas cristãs com os adolescentes e jovens urbanos e a reflexão teológica do Prof. G. Brakemeier, O ser humano em busca de identidade: contribuições para uma antropologia teológica (São Leopoldo: Sinodal: São Paulo: Paulus, 2002, 220p.) Como são duas questões interligadas, começarei pela dos adolescentes e passarei para a da antropologia teológica.

1. A realidade dos fatos e dos boatos

Há uma relação teológico-pedagógica pouco explorada pelos teólogos e pelas igrejas cristãs: qual deve ser o discurso e a prática em vista de um trabalho frutuoso e pertinente com relação aos adolescentes urbanos de nossas igrejas? Saliento o caráter urbano dos adolescentes porque, a cada dia, o campo e a sua cultura vai ficando menor , tendo-se em vista a maior importância dos meios de comunicação de massa na vida da população mundial ocidental. Dou isso como certo, embora saiba que exista um movimento de conservação e manutenção de pluralidades culturais em meio da unicidade cada vez maior da pretensão capitalista neoliberal e globalizada.
Esta relação teológico-pedagógica nem sequer é bem explorada pela Teologia Prática ou pelas igrejas. A Exortação Apostólica Christifidelis Laicis (da ICAR ) chega a afirmar que os adolescentes devem ser “interlocutores da Igreja”. (nº 46) Mas como ser interlocutor se sequer o adolescente/jovem é considerado nas decisões, se não tem representação nas instâncias decisórias das comunidades e muito menos nas instâncias hierárquicas mais altas?
Preocupado com estas questões saí a campo para ver como estamos nos meios adolescentes. Ainda estou tateando no escuro, fazendo uma pesquisa-piloto para ajustar a "mira" e acertar o "alvo". Por enquanto tudo é só conjectura, mas andei descobrindo algumas coisas bem interessantes nas entrevistas rápidas e informais que fiz . Tais como:
• O grupo dos católicos (praticantes ou não) é o grupo mais crítico com relação à sua igreja. Entre os evangélicos, pentecostais clássicos, neopentecostais e espíritas, os adolescentes tendem a não dizer (ou não querer dizer?) nada de negativo com relação à igreja.
• Sobre a parte positiva, os entrevistados disseram que a igreja é o caminho certo, leva a amizades verdadeiras através dos grupos, gerando união e fé entre as pessoas e aumentando a força e a esperança. Também foi elogiado o trabalho social feito e os passeios promovidos. Alguém elogiou o espiritismo por fazer a ponte entre fé e ciência.
• o mais criticado entre os entrevistados foi mesmo o sermão dos padres e pastores e a linguagem usada , na liturgia e fora dela. Sobre a liturgia – especificamente – muitos criticaram o tipo e o pouco número de cantos na igreja. Em terceiro lugar, foi muito criticado o tempo e a obrigação da catequese.Também se criticou muito a ICAR sobre a sua moral sexual proibitiva e "antiga", pouco moderna. Alguns criticaram o celibato do clero (reflexo dos recentes escândalos na mídia?). Por fim, apontou-se a riqueza da ICAR, que deve ser dividida.
• Os adolescentes colocariam mais músicas e mais alegres e modificariam a liturgia, fazendo falar de problemas atuais. Chegou-se a dizer que a igreja precisa ser mais interativa . Alguns disseram ser preciso mudar o celibato do clero para se modificar o modo da igreja encarar as coisas. Outros disseram que é preciso trabalhar mais com os jovens e acabar com muito pedido de dinheiro (dízimo e coletas), necessitando até que a igreja divida os seus bens entre os pobres. Um reclamou que sua igreja (Assembléia de Deus) é mal localizada, precisando ter templos nos centros das cidades.
Como se pode ver por essa exposição rápida, os adolescentes tem opinião sobre a igreja. Apenas não têm tido a oportunidade de expressá-la, ou porque não sistematizam isso ou porque não têm quem os escute e transmita. É impressionante notar a reação de surpresa de uns e a de alegria de outros. Surpresa por ser inquirido sobre este tema (será que agora a igreja muda?) e alegria por ser percebido como membro da igreja.
Esta é uma pesquisa mais qualitativa do que quantitativa e me baseio no meu diário de campo, onde anoto circunstâncias e impressões pessoais . Não tenho a pretensão de fazer uma pesquisa de opinião, mas sondar a imagem da igreja que aparece no pensamento deles.
Não se pode esquecer que os adolescentes são membros quase invisíveis nas comunidades eclesiais. Muito se fala (ao menos na ICAR) sobre as crianças e sobre os jovens (pensados a partir de 20 anos para cima, normalmente em idade universitária). Crianças por serem bonitinhas e inocentes e jovens por serem críticos com relação à fé e à sociedade. Adolescentes são membros invisíveis: eles existem, mas ninguém os questiona, ouve suas opiniões ou tem um trabalho específico que não seja o atendimento sacramental (o adolescente é objeto da igreja, não membro dela).

2. Pedagogia da autonomia na igreja?

É aqui que quero começar a passar para o campo da teologia e da antropologia teológica. Paulo Freire, grande educador brasileiro, nos mostrou o óbvio: que a educação é para ser feita de tal modo que possa possibilitar ao educando tornar-se educador, lendo e re-escrevendo o seu mundo, não só as letras. Por isso, um dos seus livros chama-se Pedagogia da Autonomia.
Autonomia é uma palavra-chave para a educação. Se quisermos que os alunos sejam eles mesmos e se sustentem em suas próprias convicções e leitura de mundo, essa educação deve ser feita a partir da valorização do educando e do incentivo para que ele sonhe e – sonhando – cresça na vida, na fé e na ciência. Tudo muito bonito, mas não é isso que acontece em nossas igrejas.
Um discurso previsto a partir de uma leitura institucionalizada de um texto bíblico favorece uma posição cômoda e estruturada para pastores e leigos (especialmente os membros adultos). Educamos para o silêncio e desvalorizamos opiniões. Assim, não educaremos para a autonomia, mas para a repetição do que já temos e já formulamos. Esse método, a que eu chamo de “renovação discursiva de uma prática de dominação milenar”, funcionou até agora muito bem, mas já não funciona mais. Em alguns lugares, em alguns contextos e com algumas pessoas, ainda funciona. Mas cada vez menos. Quanto mais as pessoas ficam mais bem informadas, mais alfabetizadas, mais capacitadas, ficam também mais pensantes e mais exigentes com os serviços que recebem, incluindo nessa lógica a igreja. Encarada como uma “agência de serviços” , muitos querem ser mais ouvidos e mais bem acolhidos e atendidos pela comunidade eclesial. O que digamos – de passagem – é um direito de todo batizado. Uma vez batizado, é preciso sentir-se em casa na comunidade cristã.
Aqui, a Teologia Prática precisa repensar as coisas e os métodos. É necessário construir cada vez mais comunidades democráticas , no melhor sentido do termo. Onde o poder emane do povo, que é Povo de Deus, passe pelo crivo da palavra e chegue às instâncias de poder das igrejas. Para tal, é preciso toda uma base eclesiológica nova que sustente a teologia e a prática de muitas igrejas. Mais do que isso, é preciso um método pedagógico que faça todo o Povo de Deus crescer em participação das decisões, num modo mais sinodal de ser. Mais do que isso, é preciso se chegar a uma antropologia teológica do crescimento e do desenvolvimento humano.

3. Antropologia adulta para membros não-adultos

Nossas bases teológicas (antropologia e cristologia) pensam o homem como sendo já desenvolvido. Já pronto e acabado . Quem sabe pela influência da presença de Jesus de Nazaré na igreja. Sempre que falamos de Jesus Cristo, estamos falando de um homem adulto . Jesus criança e Jesus adolescente não nos interessam de modo algum.
Na verdade, o que temos é sempre uma antropologia adulta do homem e da mulher. As teólogas feministas conseguiram – a muito custo – quebrar o monobloco de se falar de Deus a partir do paradigma masculino. Os teólogos da libertação conseguiram minar o campo demasiado espiritualizante e dicotomizante de uma salvação que se dava apenas no céu, sem reflexos na terra. Agora, precisamos começar a quebrar o paradigma adulto. É preciso ver e entender o humano como uma realidade em desenvolvimento. Piaget fala do desenvolvimento da inteligência, J. Fowler fala do desenvolvimento da fé, L. Kohlberg fala do desenvolvimento moral, Vigotsky fala da formação social da mente, e não há nenhum teólogo que fale de uma teologia do desenvolvimento humano. Pelo menos, eu não conheço, até agora.

4.Teologia do processo encarnatório

Advogo a afirmação de que o Filho de Deus, em Jesus, não se encarnou, mas foi-se encarnando (do anúncio a Maria até o seu último suspiro na cruz). A afirmação de Jo 1, 14 (“o Verbo se fez carne”) deve ser pensada assim: o Verbo de Deus se fez ação para que a carne se tornasse, ela mesma, sacramento da presença revelatória de Deus. Mas para isso, foi necessário passar do mais simples para o mais complexo. Até na sua consciência divina foi necessário que Jesus fosse crescendo e amadurecendo aos poucos.
No processo encarnatório de Jesus, ao longo de todos esses anos, Deus aprendeu a ser gente e o humano aprendeu a ser divino. E este é um processo de toda a vida do homem de Nazaré até se transformar no Cristo Ressuscitado (pela ressurreição) . Em nenhum momento Jesus estava já pronto e acabado: a encarnação ainda estava se fazendo. E foi através dela que fomos salvos.
Uma antropologia que pense apenas em Jesus adulto (e, conseqüentemente, no homem como ser já pronto e maduro), pode ser uma ótima antropologia, mas não dá base para ouvir e levar a sério o pensamento, as críticas e as opiniões dos adolescentes e jovens. E isso é mal, visto que são membros com os mesmos direitos e deveres dos adultos. Não podem e não devem ser cidadãos de segunda classe no Reino de Deus nem na igreja.
Dois erros teórico-práticos devem ser evitados: o de considerar que os adolescentes (e as crianças) são adultos em miniatura e o de desconsiderar a opinião deles, porque não estão completamente amadurecidos. Ambos estão no patamar de preconceitos práticos da prática das pessoas e comunidades cristãs.
Adolescentes, jovens e crianças têm uma lógica e uma simbólica muito diferentes da dos adultos. Mas, creio que isso já foi suficientemente explorado pela pedagogia de Piaget e outros teóricos (pedagogos e teólogos). Desta forma, poucos sustentariam esta opinião. A outra posição não é tão consolidada assim. Desconsiderar a opinião e a representação de adolescentes nas decisões das comunidades é muito mais freqüente do que se possa imaginar em nossas comunidades. Mesmo um grupo de jovens (na maioria das vezes, grupos de adolescentes ), deve ser acompanhado por um casal adulto (muitas vezes bem mais velho), em evidente desconfiança. Também – muitas vezes – não temos uma representação adolescente nos órgãos de decisão da comunidade: são os adultos que decidem o que fazer e chamam adolescentes e jovens para "colaborar" com eles. E isso é assim mesmo em assuntos os tocam diretamente. Por que não deixar que eles tenham auto-gestão? Ou pelo menos que tenham o direito de ser ouvidos?
A ICAR, na sua constelação de santos, canonizou muitos adolescentes e crianças, mas sempre com a finalidade de exaltar a castidade e a pureza sexual. Na verdade, para exaltar a não-prática do sexo e da sexualidade por parte deles . Mas não acredito que esses adolescentes e jovens eram sempre pessoas recalcadas e infelizes. Pode ser que os que foram canonizados o sejam, porque foram escolhidos a dedo para representar esse papel. Desta forma, a ICAR desvaloriza o adolescente: só o valoriza para provar um valor adulto . Ela o faz exercer um papel que não é normal para a sua idade. É normal que um adolescente tenha curiosidades e dúvidas sobre o sexo e queira experimentá-lo. É próprio desta fase de descoberta do corpo e da vida. O anormal é que acontece em muitos dos adolescentes canonizados: alguns tinham a sexualidade como tão pecaminosa e pesada que não conseguiam encarar alguém do sexo oposto.
Mas há muitos adolescentes e jovens nem tão “santos" que foram sempre muito mais saudáveis. E desses, ninguém fala, teoriza ou considera. O paradigma sempre é o adulto, mesmo quando o discurso exalta o adolescente. Ele é exaltado a partir do seu comportamento como adulto e não como ser humano em desenvolvimento. O jovem e o adolescente são sempre julgados por esse critério: só serão adultos se amadurecerem segundo um modelo pré-estabelecido. E só terão vez e voz na comunidade cristã quando forem adultos. Mas será que não existe e nem pode existir um cristianismo adolescente ou uma comunidade eclesial em desenvolvimento que suporte gente em crescimento?

5. Necessidade de uma antropologia do desenvolvimento para membros eclesiais não-adultos

É por aqui que quero dialogar com o Dr. Brakemeier. Creio poder questionar a antropologia pelo paradigma adulto de ser. É preciso re-pensar em um paradigma mais adolescente, no sentido latino de adolescer: crescer, desenvolver-se. Um paradigma que considere o homem como um ser vivo em processo de desenvolvimento permanente. Quem sabe, porque não haja teólogos profissionais adolescentes (é preciso ter já alguns fiozinhos de cabelos brancos para se conseguir o título!) que a nossa classe profissional acabou se distanciando da problemática desses novos cristãos .
Advogo, em minha defesa, a necessidade de uma teologia do processo encarnatório de Jesus. O Filho Eterno de Deus não se fez somente homem na carne de Maria, fez-se operário na oficina de José, socializou-se na companhia de outras crianças, aprendeu a ética pelos erros cometidos e pelos limites impostos, narrou muitas histórias baseado nas coisas do povo até chegar àquelas que nos foram transmitidas. Enfim, errou para aprender a acertar . Os trinta anos que Jesus passou em casa de seus pais antes da vida pública foram de aprendizado social, político, religioso e humano. Jesus aprendeu a ser gente, convivendo com gente, que também eram imagens de Deus. Aprendeu a ser humano plenamente, para – plenamente – manifestar a divindade no humano.
Quando Jesus entrou em sua vida pública, já havia abandonado o estado púbere, em todos os sentidos. Já era adulto e com as responsabilidades e projetos adultos. Um jovem adulto. Conservava as características de um jovem: audácia, firmeza, idealismo, trabalho estafante e abnegado. Aos trinta e poucos anos, ainda é possível arriscar muita coisa. Aos sessenta, não mais. E Jesus tem a lógica do jovem adulto engajado: trabalho e idealismo para mudar as coisas erradas que vê e sente na sociedade de seu tempo.
Por isso, que os jovens e adolescentes ainda se encontram muito perto de Jesus, embora estejam longe dos nossos discursos adultos e ideologizados pela instituição. Eles podem não ter o instrumental teórico que temos, mas "farejam" longe que algo está errado em todo o discurso eclesial-eclesiástico. Há muita fala e pouca ação .
Não quero justificar ou atacar ninguém, mas advogo a necessidade de construirmos uma antropologia teológica que nos dê maiores bases para uma cidadania adolescente-jovem nas igrejas cristãs.
Posso ter feito uma leitura mal feita ou não ter entendido tudo do texto do Dr. Brakemeier, mas não vi onde pudesse encontrar uma antropologia do processo de evolução humana durante o texto. Só uma antropologia assim vai dar base de ação e reflexão apropriada para enfrentarmos a fenomenologia dessa ausência teórico-prática. Contudo, tenho que fazer jus ao texto e ao autor, a crítica que estou fazendo não é endereçada a este texto, mas estou aproveitando o contexto para endereçar uma crítica à teologia enquanto reflexão da fé e da vivência cristã da fé. Enquanto ciência da fé a teologia precisa assimilar este tipo de desconstrução.
Fenomenologia da ausência dos adolescentes nas comunidades após o ensino confirmatório é o problema maior enfrentado pela ICAR e por outras igrejas cristãs. Esta é uma expressão bonita, que expressa teoricamente a falta que faz os adolescentes nas nossas liturgias e nas nossas comunidades. Falta suprida em parte pela presença de alguns adolescentes mais abafados (ou "domados"?) pela família. Assim que tomam para si as rédeas de sua própria vida, a comunidade fica para trás da grande maioria deles. O que me sugere duas coisas:
• Que a religião é parte do universo familiar e não vice-versa;
• Que ao não considerar a lógica de pensamento ou a simbólica adolescente (mas permanecer na lógica e na simbólica adultas) a igreja passa a ser irrelevante para eles, que precisam se rebelar contra o (ou desligar do) seu contexto familiar para descobrir sua própria identidade.

6. Novo desafio para a antropologia teológica

Desta forma, precisamos descobrir uma antropologia (e uma cristologia) do processo de crescimento humano (e de encarnação) que nos possibilite valorizar a rebeldia e o erro como possibilidade concreta de ação sobre o mundo (das coisas e das pessoas), sem encarar que isso seja ruim, mas como etapas de um processo de acerto e de crescimento humano. Precisamos de uma ética do erro e da tentativa para nos aproximar de uma linguagem minimamente inteligível ao adolescente e ao jovem, também os mais rebeldes. Uma lógica e uma simbólica que valorize a rebeldia e a autonomia advinda dela, a partir de uma leitura bíblica mais contextualizada com o mundo da subcultura juvenil.
O livro do Dr. Brakemeier é muito interessante, cientificamente correto e indutor de muitas idéias e relações novas. Mas – falo como educador – ainda não me deu o subsídio possível para o que preciso. Faltou-me um capítulo intitulado de: O desenvolvimento da pessoa e as suas conseqüências para a teologia. Quem sabe essa seria uma tarefa coletiva a ser enfrentada pelo conjunto da EST, teólogos e educadores, em colaboração com o Dr. Brakemeier, que é um teólogo competente e renomado em seu campo científico. Tenho certeza que todos (teólogos, pedagogos, comunidades eclesiais e adolescentes) sairiam ganhando. Assim, a brincadeira de cabra-cega que as igrejas cristãs andam fazendo com os adolescentes poderia se transformar em alguma metodologia mais criativa de trabalho não-competitivo, mais colaborativo e interativo. E teríamos como desafio teórico-prático um tema ainda não enfrentado de forma digna pela academia teológica brasileira, que engloba o diálogo com a psicologia (individual e social) e a pedagogia. Alguém se habilita?

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