segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Católicos genéricos: uma praga nas comunidades

A praga dos católicos genéricos



Usando a expressão de Darcy Ribeiro sobre os índios brasileiros de que hoje só existiam “índios genéricos” salvos raras exceções, creio que temos uma praga nas Igrejas de hoje (especialmente falo das católicas, mas creio que existam em igrejas protestantes e evangélicas também). Creio que temos uma categoria de católicos genéricos que fazem mais mau do que bem.
O que seriam eles? São gente que já foram católicos e (pelos mais diversos motivos já não participam da comunidade). Um dia já foram participantes e hoje não o são. O mal dessa categoria é que eles julgam as atividades e as pessoas de hoje pelos seus critérios do passado, sem perceber que a realidade, a Igreja e as pessoas mudaram. Congelam o passado em nome de um “catolicismo cor-de-rosa” que nunca existiu, nem na época deles. Algo sem conflitos e sem vida, como um museu, que vive no passado e do passado. Se você entra num museu para conhecer o passado, você não entra numa igreja para a mesma coisa. Você entra nela para que o passado (evangelho e outras leituras) atualizem o presente e não vice-versa. Numa Igreja, o passado só tem sentido pelo presente, gerando sentido hoje.
Aqui na minha região de Jaú (com cidades vizinhas), existe muito católico genérico, que – embroa não vá mais nas comunidades, não pague o dízimo, não discuta as questões da comunidade e nem dê o seu tempo em alguma pastoral – ainda julga, critica e questiona cada passo que se dê, crendo que tudo está uma merda.
O que esses católicos genéricos não sabem é que eles não são mais católicos há muito tempo. Cristianismo tem uma raiz familiar, então se você não participa mais dos encontros de família e não convive mais com os seus parentes, você não tem o direito de criticá-los e de pedir ajuda numa necessidade. Sei que parece duro, mas é verdade. O Papa Francisco tem feito um apelo à misericórdia e quer nos colocar nessa dinâmica a partir do Ano Santo do Jubileu.
Eu peço o mesmo: será que esses católicos genéricos não podem ter um pouco de misericórdia e deixar as pessoas trabalhar para a renovação da Igreja? Ou teremos que sempre ficar repisando o século XVI, onde muitas coisas pararam de evoluir?

Por favor, mais misericórdia e menos críticas. E se quiser criticar, vá lá e dê a sua contribuição, pessoal, financeira e de tempo. Aí você terá direito de opinar. O resto é só arte do demônio para atrapalhar quem faz alguma coisa. Acredito que ele exista e aja, mas não acredito que ele continue entrando em corpos pra vomitar suco de abacate. Creio que desse jeito de critica paralisadora, ele faça muito mais estrago na Igreja de Cristo. 

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