domingo, 21 de julho de 2013

Os recentes números do DATAFOLHA sobre o catolicismo no Brasil

Nesses dias, a imprensa se dedica a esquadrinhar o catolicismo no Brasil e se farta de dizer que a Igreja Católica anda perdendo muitos fieis.  (http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/07/1314166-catolicos-vao-pouco-a-missa-e-contribuem-menos-com-igreja.shtml) E que a visita do Papa ao Brasil é estratégica, para manter o seu poder de fogo. 
Parte dessas informações são verdadeiras, mas são extremamente parciais. Toda instituição quer se manter viva e atuante, como um organismo vivo, que precisa repensar suas estratégias e rejuvenescer ou estará fadada ao fracasso e à morte. Mas não se leva em consideração coisas bem importantes e que precisam ser repensadas.

1. A transmissão da fé. Se antigamente, ser católico era como ser brasileiro (nascia-se assim!) hoje as coisas não são mais assim, Sempre tivemos uma pequena minoria de 10% dos católicos que eram ativos em suas comunidades (em alguns períodos a percentagem era ainda menor). Hoje temos 15% dos fieis ativos (em alguns casos mais), o que quer dizer que a participação AUMENTOU, junto com a qualidade. O que não é pouco significativo. O que estamos perdendo é aquele católico nominal que se diz católico, mas que nao se identifica com a Igreja, com suas dinâmicas liturgicas e nem com o seu ensinamento. Gente que se diz pertencer, mas que rejeita a Igreja. Se antigamente bastava por um sino e badalar pra ter rebanho nas missas, hoje as pessoas querem saber mais a fundo qual a posição da Igreja e do padre antes de dizer um sonoro amém e de aplaudir sem motivo.

2. O seguimento de Jesus Cristo. Hoje a Igreja tem seguido menos doutrinas e posições políticas e tentado esquadrinhar a VONTADE DE DEUS a partir dos Evangelhos e do projeto do Reino em Cristo Jesus. A Igreja mudou a lingua vernácula e os seus ritos, no dizer de Bento 16, para se defrontar com o Evangelho de Cristo e com a Palavra de Deus nas suas liturgias. Isso é um salto de qualidade e compromete toda a Igreja e o seu futuro. 

3. A iniciação da fé mudou. Se antigamente a Igreja se contentava em transmitir algumas doutrinas básicas, imitando o gênero CATECISMO inventado por LUTERO, hoje até os docuemtnos oficiais reconhecem que a fé e a vida devem andar juntos e que saber somente algumas verdades nao compromete de fato alguém para ser cristão. Hoje, os catequistas estao buscando um método mais integrado de FÉ, VIDA E ORAÇAO. Nada é mais como antes, para ser cristão as pessoas precisam ser mais profundas e escolher o Cristo, viver com ele e por ele.

4. As missas. Mesmo nas missas que não são carismaticas, tenho visto um esforço da nova geraçao de padres (dos quais eu sou dos mais velhos) que tenta renovar e deixar os rituais mais leves e participativos.


Ao todo, o que as estatísticas esquecem é que no século XXI, a religião deixou de ser transmissão familia e se tornou ESCOLHA pessoal e relacionamento INTERPESSOAL (entre Jesus Cristo e seu fiel e entre os fieis em conjunto). É a partir dessa lógica que todos precisamos trabalhar e a partir dela que se vai fazer frutos ou não. As Igrejas serão julgadas a partir desse critério e não de outros. O que só mostra um crescimento de qualidade de seguidores cmprometidos com o Mestre  em detrimento de uma massa amorfa de ovelhas sem cérebro.

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